CRIANÇA DE RUA
I
A favela, foi invadida.
Por estranhos, com a intenção de matar.
O cachorro, latiu avisando.
Pouco antes do galo cantar.
II
Pior que a guerra no "Iraque,"
nunca vi tanta agressão.
Pois no meio de balas perdidas.
Corpos pilhados no chão.
III
Uma criança chorava assustada.
Querendo os seus pais encontrar.
Mas naquela triste matança.
Ninguém conseguiu se salvar.
IV
Só aquela criança, coitada!
Que conseguiu se esconder.
Sufocando seu grito.
Vendo tanta gente morrer.
V
A criança, hoje mora nas ruas.
Sem colchão e sem cobertor.
Maltrapilha, dorme no chão.
Feito um sarnento cão sem valor.
VI
A criança que mora nas ruas.
É a tristeza do meu Brasil.
Pois inocente maneja,
maneja pistola e fuzil.
VII
A criança que mora nas ruas.
É como se fosse animal.
Mas nunca desacredita.
Que o bem sempre vence o mal.
VIII
Se anda sempre armada.
Muitas vezes é pra se defender.
Pois de tanto apanhar.
Também aprendeu a bater.
IX
A criança que mora nas ruas.
Também tem, Deus em seu coração.
E pra enfrentar os perigos.
Faz primeiro a sua oração:
X
"-Pai! Sei que não mereço!
Mas lhe faço, essa humilde oração.
Se eu não sobreviver esse dia.
Por favor me conceda o perdão.
XI
Sou uma criança de rua.
Sou uma pobre criança infeliz.
Sou apenas mais um descendente.
Do triste futuro do meu país."
Autora: Angélica Caldeira
sábado, 28 de abril de 2012
Assinar:
Postagens (Atom)