quarta-feira, 3 de agosto de 2011
Angélica Poetisa: UMA CRIANÇA , PERDIDA
Angélica Poetisa: UMA CRIANÇA , PERDIDA: " UMA CRIANÇA, PERDIDA Sou uma criança perdida, Sou um futuro sem esperança. Que, trabalha..."
UMA CRIANÇA , PERDIDA
UMA CRIANÇA, PERDIDA
Sou uma criança perdida,
Sou um futuro sem esperança.
Que, trabalhando feito gente adulta,
perdi meu direito de infância.
No campo, tive mais acesso:
A enxada, a foice e ao facão.
Do que um simples papel e caneta.
Distante da educação.
De longe vejo uma escola.
E a professora contando a sua história.
E não tenho tempo sequer pra brincar.
Cadê o meu direito de questionar?
O pirão da minha velha marmita.
Quando provei, estava preste a estragar.
Isso porque até nas horas vagas.
Eu era obrigada a trabalhar.
Ainda me orgulho de viver.
Nesse mundo de escravidão.
Contentando-me com essas migalhas.
E dos outros, a humilhação.
Foi com os calos das minhas mãos.
Que aprendir a contar.
E por medo de ser despedida.
Quantas vezes tive que madrugar!
Ouvi a voz da inexperiência.
E com ela desconheci o amor.
E em seguida me vi tão perdida.
Em um mundo pequeno e sem cor.
Dizem que sou a culpada
De tamanha rebeldia.
Mas cadê os meus direitos?
Que só são vistos na teoria.
É a necessidade de vida.
Que me leva ao mundo do mal.
Onde troco a minha inocência.
Pela frieza de um animal.
Enquanto muitos vão à escola.
Eu fico aqui cheirando cola.
E sem ter um amigo pra conversar.
Só me resta essa triste história contar.
Quando contar?
A quem contar?
Se ninguém quer me ouvir
Só me resta calar.
Obra publicada na Antologia Literária- Grandes Escritores da Bahia Vol.4- Pela Litteris Editora do Rio de Janeiro em 2003.
Sou uma criança perdida,
Sou um futuro sem esperança.
Que, trabalhando feito gente adulta,
perdi meu direito de infância.
No campo, tive mais acesso:
A enxada, a foice e ao facão.
Do que um simples papel e caneta.
Distante da educação.
De longe vejo uma escola.
E a professora contando a sua história.
E não tenho tempo sequer pra brincar.
Cadê o meu direito de questionar?
O pirão da minha velha marmita.
Quando provei, estava preste a estragar.
Isso porque até nas horas vagas.
Eu era obrigada a trabalhar.
Ainda me orgulho de viver.
Nesse mundo de escravidão.
Contentando-me com essas migalhas.
E dos outros, a humilhação.
Foi com os calos das minhas mãos.
Que aprendir a contar.
E por medo de ser despedida.
Quantas vezes tive que madrugar!
Ouvi a voz da inexperiência.
E com ela desconheci o amor.
E em seguida me vi tão perdida.
Em um mundo pequeno e sem cor.
Dizem que sou a culpada
De tamanha rebeldia.
Mas cadê os meus direitos?
Que só são vistos na teoria.
É a necessidade de vida.
Que me leva ao mundo do mal.
Onde troco a minha inocência.
Pela frieza de um animal.
Enquanto muitos vão à escola.
Eu fico aqui cheirando cola.
E sem ter um amigo pra conversar.
Só me resta essa triste história contar.
Quando contar?
A quem contar?
Se ninguém quer me ouvir
Só me resta calar.
Obra publicada na Antologia Literária- Grandes Escritores da Bahia Vol.4- Pela Litteris Editora do Rio de Janeiro em 2003.
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