O VELHO AMIGO DE SEMPRE
Às vezes eu observava
O meu velho pai trabalhar.
E quando já estava cansado.
Dava um jeito de disfarçar.
Ajoelhado falava com Deus.
Antes de almoçar.
E ainda fumando o cigarro de palha.
Retornava ao trabalho sem reclamar.
Tristemente eu ficava torcendo.
Para a fresca noite chegar.
Mas a maldita solina.
Não parava de castigar.
Sentada eu ficava esperando.
O meu velho pai terminar.
Mas ele não parecia ter pressa.
Quando começava a cantar.
Quando agente voltava pra casa.
Nunca ficava calado.
Sempre tentando esconder.
Aquele olhar preocupado.
Em meu mundo de fantasia.
Tento encontrar alegria.
Sabendo que ele está lá no céu
Com Deus aplaudindo a minha poesia.
Obra publicada na Antologia Literária- Viver é melhor que Sonhar- pela Litteris Editora do RJ, no ano de 2006
quinta-feira, 11 de agosto de 2011
ANDEI
ANDEI
Andei, como andei!
Em tantas casas já morei.
Acho que perdi a conta...
mas de algumas, eu me lembrei.
Morei naquela mansão,
no dia em que nasci.
Morei na casa de barro,
naquela casa sofri.
Morei na casa de lona,
e o vento a desabou.
Morei na casa de palha,
e a enchurrada a levou.
Da minha casa, mudei.
Em tantas casas, eu já morei.
Acho que perdi a conta...
Mas de algumas, eu me lembrei.
Na casa de pau-a-pique,
eu morei com meu irmão.
Morei na casa de bloco,
lá perto do Ribeirão.
Morei no banco da praça,
de onde fui escorraçada.
E hoje, moro em um asilo
sentindo-me tão desprezada.
Não tendo mais pra onde ir,
só me resta ficar mesmo aqui.
E esperar a morte chegar
pra depois no céu me acampar.
Obra publicada na Terceira Antologia Literária- Grandes Escritores da Bahia- Pela Litteris Editora do RJ, no ano de 2001
Andei, como andei!
Em tantas casas já morei.
Acho que perdi a conta...
mas de algumas, eu me lembrei.
Morei naquela mansão,
no dia em que nasci.
Morei na casa de barro,
naquela casa sofri.
Morei na casa de lona,
e o vento a desabou.
Morei na casa de palha,
e a enchurrada a levou.
Da minha casa, mudei.
Em tantas casas, eu já morei.
Acho que perdi a conta...
Mas de algumas, eu me lembrei.
Na casa de pau-a-pique,
eu morei com meu irmão.
Morei na casa de bloco,
lá perto do Ribeirão.
Morei no banco da praça,
de onde fui escorraçada.
E hoje, moro em um asilo
sentindo-me tão desprezada.
Não tendo mais pra onde ir,
só me resta ficar mesmo aqui.
E esperar a morte chegar
pra depois no céu me acampar.
Obra publicada na Terceira Antologia Literária- Grandes Escritores da Bahia- Pela Litteris Editora do RJ, no ano de 2001
Assinar:
Postagens (Atom)