O POETA OBSERVADOR
O dia amanheceu:
Tão deserto.
Tão nublado.
Em algumas partes do mundo
O sol não apareceu.
E nem for alguma floresceu.
As folhas caíram ao chão.
Pela fúria de um furacão.
Havia marcas de destruição.
Havia pedras e solidão.
A chuva caiu tão forte...
Parecia se vingar.
Tantos ela levou.
E não puderam voltar.
Mas um novo dia chegou.
E o poeta "observou"
Que a natureza é tão pura.
Com as suas formosuras:
Com seus ares,
com seus mares.
E também com seus pomares.
Paisagem que o Criador.
Teve o dom de criar com amor.
Nesse mundo não há um artista.
Capaz do Criador imitar.
Ofereceu esse presente ao homem.
Que por ambição o modificou.
Destruindo a Natureza.
Hoje pouco foi o que restou.
Esse pouco que restou.
Talvez possamos consertar.
Pois lembrem-se que esta riqueza.
Também pode um dia findar.
Obra publicada na Antologia Literária- De Pessoa pra Pessoa. Em homenagem a Fernando Pessoa, pela Litteris Editora do RJ, em 2010.