O HOMEM DA TERRA
O homem da terra
que tem calos nas mãos.
Que poda os coqueiros
e sustenta os irmãos.
Que carrega a enxada
e o amigo facão.
Que cuida do solo
com toda a gratidão
e que planta a semente
e se faz tão contente.
Pobre homem da terra!
Sofre sem reclamar.
E todas as madrugadas
sabe se despertar.
Depois colhe os frutos cantando
e os faz alimento.
E nem todo alimento
pode à mesa fartar.
Pobre homem que sabe,
sabe lidar com a terra.
Pois quando ele surgiu
também foi limo dela.
E hoje derrama o suor
em ardente solina.
E depois torna-se então
um escravo da sina.
Pobre homem que ajuda
a terra produzir.
E quando ele a deixa
nem pode se despedir.
E na hora da caminhada
segue na solidão.
E vai levando no peito
a dor da decepção!
De lutar pela terra
sem nenhuma ambição.
E o que ganhará dela em troca?
São sete palmos de chão.
Obra publicada na Antologia Literária- Excelência Literária, pelas editoras: Litteris Editora do RJ e Casa do Novo Autor de SP em 2002
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