MULHER
Já fui criança traquina.
Moleca meio amalucada.
Adolescente rebelde,
quis voar com o tempo.
E sem ninguém pra tirar minhas dúvidas.
Confundi sentimentos.
Até pro meu primeiro amor,
aprendi a ser vaidosa.
Fiz florzinhas, fiz versos.
No pequeno papel cor-de-rosa.
Hoje sou uma mulher.
E posso dizer como é:
Se aprisionar na cozinha.
Pilotando o fogão.
Quando na verdade a vontade
é de pilotar um avião.
Já fui esposa dedicada.
E quantas vezes fui espancada?
Já tive medo de tudo,
hoje não tenho medo de nada.
Não escondo mais o meu sorriso.
Pelos cantos sofrendo calada.
Sou mulher racional.
Mas quando pisam no meu calo.
Mostro meu lado animal.
Sei que posso agradar meu homem,
sem perder a minha liberdade,
enfrentar todos os obstáculos,
pra encontrar a felicidade.
Posso até ir para a guerra
manejar um fuzil.
Fazer vida na esquina
mas não vou constranger o Brasil.
Se ainda me sinto criança,
mesmo velha e cansada...
Não importa a classe ou a cor.
O importante é que sei muito bem
onde está meu valor.
Sei que sou delicada,
mas também posso ser Deputada.
E com meu jeito carente
lutar para ser Presidente.
Posso ser Advogada,
Prefeita ou Delegada,
a metade do homem,
a Rainha do lar.
Posso ser de tudo um pouco.
Até o homem, deixar meio louco.
Mas sem deixar de ser Mulher,
de ser frágil feito uma flor,
sem deixar de seduzir
com o meu poder sedutor.
Afinal foi assim
que Deus, o bom Criador,
pegou a costela do homem
e me fez sinônimo do amor.
Obra publicada na Antologia Literária- Seleção literária Vida Uma História Real- Pela Litteris Editora do RJ- no ano de 2006
sexta-feira, 5 de agosto de 2011
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